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FORMATURA DO CURSO DE CAPELANIA INTERNACIONAL

PELA CAFEBI

 

A CAFEBI - Capelania Federal Brasileira e Internacional formou mais uma turma de Capelães Internacionais. Na ocasião, o ITEFI - Instituto Teológico e Filosófico Latino Americano concedeu aos seus Diretores os Títulos "Honoris Causa".

A CAFEBI – Nasceu no ano de 2006 com o propósito de exercer no Brasil e no exterior o espírito de qualidade e excelência na prestação de serviços sociais e religiosos formando e capacitando um exercito de samaritanos para lutar contra as injustiças socioeconômicas, preconceitos e atuar na cura do homem como um todo, proporcionado auto-estima, estabilidade moral e espiritual, curando e sarando as feridas contidas em uma sociedade com desigualdades .

CONCEITO DE CAPELANIA

 

Capelania é a atividade desempenhada por um capelão, cujo propósito principal é o aconselhamento e atendimento psico-bíblico. Já o Capelão é um ministro religioso autorizado a prestar assistência e a realizar cultos em comunidades religiosas, conventos, colégios, universidades, hospitais, presídios, corporações militares e outras organizações ou corporações. Os dicionários Michaelis e Larousse definem assim o Capelão:

 

a) Dicionário Michaelis: “Padre encarregado do serviço religioso de uma capela. Sacerdote [pastor] que dirige serviços religioso e presta assistência espiritual em corporações militares, hospitais, colégios e comunidades religiosas” (p. 219).

 

b) Enciclopédia Delta Larousse: “Sacerdote que tem a seu cargo o serviço religioso de uma capela. Sacerdote que dá assistência religiosa a uma instituição civil ou militar” (p. 395 - Editora Delta 1982).

 

 

1. Tipos de Capelania

 

 

Existem muitos tipos de capelania, sendo as mais conhecidas: A capelania militar, capelania hospitalar, capelania escolar, capelani empresarial, capelania prisional (ou carcerária), capelania espeortiva, etc.

 

1.1. Capelania Militar: Cada Força exige que os religiosos prestem um concurso público para poderem se tornar Capelães Militares de Carreira, o inicio na carreira militar se dá com o posto de Aspirante-Oficial podendo chegar ao Cargo de Coronel no Exército e na Aeronáutica e Capitão-de-Mar-e-Guerra na Marinha. O capelão militar é um ministro religioso encarregado de prestar assistência religiosa a alguma corporação militar. Nas instituições militares existem as capelanias evangélicas e católicas, as quais desenvolvem suas atividades buscando assisitir aos integrantes das Forças nas diversas situações da vida. O atendimento é estendido também aos familiares. A atividade de capelania é importante no meio militar, pois contribui na formação moral, ética e social dos integrantes das Unidades Militares em todo o Brasil. Para se tornar um Capelão Militar, o interessado deve ser Ministro Religioso - Padre, Pastor etc.,ter formação superior em Teologia (conforme a Legislação brasileira, Bacharel em Teologia),experiência comprovada no Ministério Cristão, e ainda ser aprovado em concurso público de provas e títulos. Ao ser aprovado no concurso específico, o militar capelão é matriculado em curso militar de Estágio e Adaptação de Oficial Capelão.

 

1.1.a. Capelania Militar Católica. A Capelania Militar Católica no Brasil é garantida por força do acordo diplomático celebrado entre o Brasil e a Santa Sé, assinado no dia 23/10/1989. Por força deste acordo a Santa sé criou no Brasil um Ordinariato Militar para assistência religiosa aos fiéis católicos, membros das Forças Armadas. Este Ordinariato Militar é canonicamente assimilado às dioceses, e é dirigido por um Ordinário Militar. Este prelado goza de todos os direitos e está sujeito a todos os deveres dos Bispos diocesanos. O Ordinário Militar deve ser brasileiro nato, tem a dignidade de Arcebispo e está vinculado administrativamente ao Estado-Maior das Forças Armadas, sendo nomeado pela Santa Sé, após consulta ao Governo brasileiro. O Estatuto do Ordinariato Militar foi homologado pelo decreto Cum Apostolicam Sedem, de 02/01/1990, da Congregação dos Bispos.

 

1.1.b. Capelania Militar Protestante. A Capelania Militar Protestante é parte integrante do Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas, composta, atualmente por 09 pastores capelães no Exército Brasileiro, 09 na Marinha do Brasil, 03 na Força Aérea Brasileira e muitos outros nas PM e BM dos diversos Estados brasileiros. O primeiro pastor protestante a servir os militares brasileiros foi o alemão luterano Friedrich Christian Klingelhöffer, pastor da Comunidade Protestante Alemã, na localidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, em 1828. Dez anos depois Klingelhoeffer, integrado aos "Farrapos", morreu em um combate da Revolução Farroupilha. Outro pastor luterano que prestou assistência aos soldados, em particular para os Voluntários da Pátria da Colônia Alemã de Três Forquilhas, que seguiram para os combates da Guerra do Paraguai, foi o reverendo Carl Leopold Voges – 1801-1893.A Capelania Militar Protestante, como um serviço interno junto ao Exército Brasileiro, foi organizada somente em 1944, com a intermediação da extinta Confederação Evangélica o Brasil em conjunto com o Governo Brasileiro, visando assistir os militares protestantes que iriam para a frente de guerra, na Itália. Os dois primeiros capelães militares protestantes do Brasil foram, o pastor metodita Juvenal Ernesto da Silva, e o pator Batista João Filson Soren (1908-2002), ambos atuando na Segunda Guerra Mundial, servindo a Força Expedicionária Brasileira (FEB) entre 1944 e 1945.

 

1.2. Capelania Prisional ou Carcerária: É o agente de Deus para uma missão nobre que visa alcançar aqueles que estão atrás das grades com a palavra de Deus, evangelizando-os, aconselhando-os e despertando-os para uma nova vida. Segundo a Palavra em Hebreus 13.3, Cristo nos lembra para nos preocupar e empenhar na visitação aos presos, dizendo assim: “lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos mal tratados, como sendo-o vós mesmo também no corpo”. Com estes ensinamentos o ministério da capelania prisional, entende que o Senhor quer alcançar não somente as pessoas enfermas e em tratamentos nas internações hospitalares, mas também, as pessoas que se encontram em regime prisional. Objetivo da Capelania Prisional. Levar as pessoas encarceradas nos presídios e delegacias o tão grande amor de Deus através da visitação dos capelães e também com a ministração da poderosa Palavra de Deus; acompanhada de poderosa oração e aconselhamento pessoal, sabendo que o Senhor Jesus tem por objetivo alcançar estas vidas dando a elas a oportunidade de conhecer melhor o Reino de Deus através das ações dos capelães evangélicos.

 

1.3. Capelania Hospitalar: A Capelania tem como missão atuar nos hospitais através de voluntários capacitados que levam amor, conforto e esperança aos pacientes, familiares e profissionais da saúde, vivendo a fé cristã através do atendimento espiritual, emocional, social, recreativo e educacional, sem distinção de credo, raça, sexo ou classe social, em busca contínua da excelência no ensino e no ministério de consolo e esperança eternos. O Capelão hospitalar é o religioso devidamente qualificado, que cuida da assistência religiosa e espiritual dentro dos hospitais, quer seja dos doentes ali internados, quer seja do pessoal de trabalho: médicos, enfermeiros, psicólogos assistentes sociais, terapeutas, ouvidores e outros funcionários das diversas áreas administrativas.

Um bom Capelão hospitalar (evangélico) é a pessoa que teve uma real experiência de conversão a Cristo, membro de uma igreja genuinamente evangélica, que tenha uma boa orientação ou formação teológica, que tenha concluído um curso presencial de Capelania hopitalar. Esse Último quesito é essencial e indispensável, pois não se pode haver Capelão sem a formação devida que oferece capacitação quanto ao ambiente geral da atividade capela.

 

O Reverendo Valdemir Alexandre da Silva, atuante no campo da Capelania, lembra que o trabalho é volutário e requer conhecimento e disciplina:

 

Todo trabalho de Capelania Hospitalar é voluntário, e nem todas as pessoas reconhecem o que é ser um voluntário. Todo voluntário deve ter disciplina, compromisso e amor no papel em que está desempenhando. A vocação para este trabalho só pode ser de Deus e não de influencia humana, mas a capacitação necessária para o vocacionado deve ser procurada como ponto de honra para quem busca ser aprovado neste ministério, como expressa o Apóstolo Paulo aos Coríntios: ‘’Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele’’. (1ª Co. 9.22 e 23) (SILVA, Valdemir Alexandre da, site capelão.com).

 

2. A Capelania e a Legislação Brasileira

 

A Constituição Federal de 1988 prevê em seu art. 5º, inciso VII que “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.”.

 

No Estado do Espírito Santo as Leis 5.018/95 e 5.715/98 tratam exclusivamente da assistência capela. No ART. 1º diz: “Os líderes religiosos de quaisquer seita ou credo terão livre acesso aos hospitais, a fim de prestarem assistência de caráter religioso aos fiéis de sua igreja ou comunidade religiosa” (Lei 5.018/95 e 5. 715/98).

 

3. Características e Perfil do Capelão Hospitalar

 

3.1. Seja aberto a todas as religiões. Como capelão, espera-se que você ofereça orientação religiosa e espiritual a indivíduos de religiões diferentes. Se você quer ser um capelão eficiente, deve aprender a abrir a mente para outras religiões, mesmo se você não acreditar nelas, pois o conhecimento das demais religiões dará melhor entendimento e linguagem evangelística ao capelão evangélico;

 

3.2. Seja capaz de atender às necessidades espirituais de estranhos. Não importa onde você trabalhe como capelão, você vai encontrar pessoas novas regularmente. Há a probabilidade de encontrar alguém apenas algumas vezes, então você deve ser capaz de ajudar, inspirar e motivar pessoas com as quais você não tem uma conexão profunda.

 

3.3. Seja confiável e mantenha a confidencialidade. Um dos seus principais deveres como capelão será aconselhar aqueles em sofrimento espiritual. Quando as pessoas procuram por você, elas vão compartilhar detalhes íntimos na expectativa de que você mantenha essa informação entre vocês dois apenas. Assim como espera-se que um terapeuta ou psiquiatra mantenha a confidencialidade, você deve fazer o mesmo. Um capelão em quem não se pode confiar logo perde sua força e eficiência.

 

3.4. Esteja disponível para ajudar a qualquer hora. As pessoas passam por crises espirituais o dia todo, e até mesmo no meio da noite. Assim como um medico em sobreaviso, você pode precisar interromper o que estiver fazendo ou acordar a qualquer hora para ajudar alguém com problemas.

 

3.5. Seja espiritualmente estável. Quando você tem que dar orientação o dia inteiro, pode começar a sentir sua energia se esgotar. Como capelão, você deve ser capaz de se ajudar e evitar deteriorar-se espiritualmente. Estar firme em sua própria espiritualidade e ser capaz de aguentar o estresse de ajudar aos outros é muito importante para se tornar um capelão que pode fazer a diferença.

 

3.6. Saiba ouvir. Um dos maiores sinais de um capelão eficaz é sua habilidade, cuidado e facilidade em saber ouvir. O paciente em determinada oportunidade vai querer se manifestar, falar seus sentimentos e emoções. Nesse momento é importante ouvir, e não simplesmente escutar. Ouvir significa dá a atenção devida, entender, guardar, atentar, e responder. Reinaldo Passadori professor de Comunicação Verbal afirma: “Perceber, reconhecer, entender, compreender, valorizar, dar atenção, respeitar… São vários nomes diferentes para um processo tão simples, mas ao mesmo tempo tão difícil de ser praticado: ouvir, de fato, o outro. (...) Significa, antes de tudo, ter paciência e tolerância para aceitar a outra pessoa como ela é, com suas qualidades e seus defeitos, crenças e emoções, com sua aparência, quer nos seja agradável ou desagradável, sem pré-julgamentos”. (Comunicação Essencial - 2003, Editora Gente).

 

3.7. Obtenha experiência religiosa, educação e participe de treinamentos. Já que a capelania é fundada na religião, formação e prática de ensino religioso é absolutamente necessário. Dependendo de onde você deseja servir como capelão, o tempo de treinamento exigido pode variar. No entanto, veja que em muitas instituições e organizações não vão te considerar como um candidato à capelania sem curso de formação na área.

 

3.7. O Perfil do Capelão:

 

a) Ter uma experiência pessoal de conversão a Jesus.

b) Ter sabedoria e humildade para saber que não é melhor do que os outros.

c) Ter a motivação certa.

d) Ter um alvo na visitação.

e) Cultivar uma personalidade agradável, amável e cativante.

f) Ser paciente.

g) Ter excelente autocontrole de suas emoções

h) Não se impressionar com o aspecto físico dos pacientes.

i) Ter boa saúde física e psicológica.

j) Ter humor estável.

k) Ter desejo e habilidade em lidar com doentes.

l) Ter facilidade para submeter-se a regulamentos.

m) Ser perseverante no trabalho.

n) Ter discernimento e sensibilidade na conversação.

o) Não se irritar facilmente.

p) Saber controlar a língua, usando para curar e não para ferir.

q) Ter convicções quanto à dignidade, valor e potencialidade do individuo.

r) Ter flexibilidade para sentir-se a vontade diante de pessoas cultas como simples.

s) Saber guardar confidências dos pacientes.

t) Cuidar da aparência pessoal.

u) Saber usar a linguagem a forma de abordagem adequada a cada pessoa.

v) Dar tempo e atenção ao paciente visitado.

w) Ser servo.

x) Saber identificar-se com as pessoas.

y) Ter sensibilidade parar, com a descrição, observar o ambiente, sentindo quando é o momento mais oportuno para visitar.

z) Saber evangelizar.

 

3.7.a. Alguns Princípios para ouvir melhor

 

Algumas sugestões importantes, de acordo com Reinaldo Passadori, para quem, de fato, precisa ouvir de verdade outra pessoa e, a partir daí, abrir uma porta de entrada para o relacionamento: amizade, lideranças, companheirismo, confiança etc.: Reinaldo orienta:

 

1. Olhe nos olhos da outra pessoa e perceba-a nos seus detalhes, esteja com a atenção focada e envolvida com ela. Isso é importante para o paciente.

 

2. Procure manter a calma, evite deixar se dominar por algum preconceito ou algo da outra pessoa que desagrada. A capelania hospitalar rejeita todo tipo de preconceito.

 

3. Tenha paciência, saiba aceitar o silêncio da outra pessoa. Haverá sempre o momento do silêncio. Não force o assistido a falar.

 

4. Evite contradizer o outro, evitando as palavras “mas”, “todavia”, “entretanto”, “contudo”. Procure, antes de qualquer discordância, algum ponto com o qual vocês concordem. Isso trás atenção do paciente.

 

5. Valorize e respeite as opiniões de seu interlocutor. Mesmo aquelas opiniões contrárias a você, não discuta.

6. Demonstre respeito pelo outro como o outro é, e não como gostaria que fosse.

 

7. Certifique-se de que você compreendeu de fato o que o outro queria transmitir; repita, questione, pergunte, evite ao máximo interpretações infundadas.

 

8. Por último, faça bom uso do grande amor que você tem em seu coração para aceitar incondicionalmente as outras pessoas como são: cheias de defeitos, limites, preconceitos e, também, repleta de virtudes, sonhos, conhecimentos, de sentimento. Assim como você.

 

Rev. Alex S. A. Belmonte

 

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